Condição de extrema gravidade, pois indica progressão da doença, é vista em cerca de 40% dos pacientes com diagnóstico de câncer em algum outro órgão. O esqueleto é o 3º local mais comum de lesões secundárias, chamadas metástases, e de toda a estrutura óssea a coluna é o local mais acometido. Quando há confirmação de um diagnóstico, a investigação complementar deve ser realizada com os exames de imagem adequados. Felizmente, lesões primárias são raras e dados os potenciais riscos, são um caso à parte. A tabela abaixo merece atenção especial:
TUMOR PRIMÁRIO
%DE PACIENTES COM LESÃO NA COLUNA
Próstata
90%
Mama
75%
Melanoma
55%
Pulmão
45%
Rim
30%
Inicialmente as pessoas tem pouca ou nenhuma sintomatologia, o que torna sua detecção mais difícil.
O que deve chamar a atenção: Algumas situações específicas merecem uma investigação mais pormenorizada. No jargão profissional, chamamos de “Red Flags” (bandeiras vermelhas). Estão listadas abaixo:
Dor na coluna torácica;
Febre e perda de peso sem explicação aparente;
Histórico de câncer pessoal ou familiar de 1º grau;
Distúrbio neurológico progressivo: quanto mais rápido, pior;
Perda do controle urinário;
Alteração da sensibilidade na região genital;
Idade abaixo dos 20 anos ou acima de 55.
Quando a dor aparece, pode ser por três motivos distintos:
Infiltração das células malignas;
Compressão das estruturas nervosas;
Fratura de vértebra acometida.
Ao começarmos um tratamento, diversas situações associadas devem ser consideradas:
Localização da lesão;
Comprometimento da estabilidade da coluna (risco iminente de fratura);
Compressão nervosa, que causa dor extremamente intensa quando há comprometimento de uma raiz ou até paralisia quando a medula é afetada;
Invasão do tumor nos órgãos, vasos e demais estruturas próximas a lesão, o que pode muitas vezes inviabilizar ressecções mais amplas da lesão.
Todos esses aspectos devem ser trazidos de forma clara ao paciente e sua família, bem como as expectativas realistas frente a lesão e ao tratamento e ao prognóstico da doença.
A comunicação entre todos envolvidos: cirurgião de coluna, oncologista, radioterapeuta, equipe de enfermagem é de suma importância, pois são inúmeras as intercorrências e complicações possíveis e normalmente são tratamentos longos e extenuantes a um paciente já debilitado física e psicologicamente, com diversas consultas e exames necessários.
Tudo isto é necessário para que se obtenha o mais importante: tratar da melhor forma para que nos casos em que não conseguimos erradicar a doença, possamos dar qualidade de vida para aqueles que sofrem uma situação como esta.
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